Em março de 2016 completou um ano de duração do evento de El Niño, que foi considerado um dos mais intensos dos últimos tempos. Por influência dele, tivemos um inverno atípico, principalmente, no Sul do Brasil, com temperatura média mais elevada que o normal, pois foram registradas apenas duas ondas de frio um pouco mais intensas e que, mesmo assim, apresentaram curta duração.
As previsões indicam a manutenção do fenômeno até o final do outono, quando as anomalias de temperatura do Pacífico Equatorial vão finalmente ficar abaixo dos 0,5°C que caracterizam o fenômeno El Niño.
A manutenção do fenômeno na estação do outono, mantém a condição de chuva acima do normal para o Sul do Brasil, assim como a escassez no Nordeste do país, que já vem sendo observado desde 2015. Outro reflexo bastante importante está relacionado às temperaturas, que, em média, tendem a permanecer acima da normalidade em praticamente todas as regiões, principalmente, em função das noites e madrugadas que se mantêm mais abafadas.
Nesta época do ano, a chuva no Sul do Brasil começa a predominar associada às frentes frias, que passam a chegar à região com mais intensidade. Em anos de El Niño, estes sistemas recebem mais suporte de umidade e calor através de sistemas meteorológicos de outros níveis da atmosfera, o que resulta em chuvas volumosas e em muitos casos em transtornos para a população.
Em partes do Nordeste do Brasil, o outono é a estação em que as chuvas tenderiam a ocorrer com maiores volumes, porém, para este ano, a previsão é diferente em virtude da redução das chuvas, também devido a influência da fase positiva do ENOS.
As previsões climáticas mais alongadas indicam que o inverno no hemisfério Sul tenderá a ser típico, uma vez que não teremos o aquecimento do Pacífico Equatorial e, se estendermos ainda mais os prognósticos, entraremos em um período em que as anomalias tendem a inverter o sinal, indicando a possibilidade de um episódio de La Niña para a primavera de 2016.
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